quarta-feira, 10 de outubro de 2012

#LCT - A NARRAÇÃO #9

A NARRAÇÃO
A narração é um processo de contar histórias. Podemos narra acontecimentos que vimos, que lemos, que nos foram contados e que criamos a partir da nossa imaginação. Ao narrar, estamos inventando ou recriando fatos e para isso precisamos de elementos fundamentais na construção de um texto narrativo: o narrador (em primeira ou terceira pessoa), enredo ( a série em que seguem os fatos), personagens (reais ou criados), conflito (fatos contraditórios e não previsíveis), tempo (cronológico ou psicológico), espaço (lugar onde os fatos são desenvolvidos).
Além do romance, existem outras formas narrativas, porém estas, apresentam uma extensão menor, são elas: conto, crônica e fábula.
Na narração há a presença dos discursos através dos diálogos. O discurso podem apresentar-se de três maneiras:

> Discurso direto: responsável por transmitir fielmente um diálogo, utilizando um travessão.
Exemplo:
Foi apresentado a uma por uma: viúva do Desembargador Fulano de Tal; senhora Assim-Assado; viúva de Beltrano, aquele escritor da Academia! Depois de estender a mão a todas elas, sentou-se na ponta de uma cadeira, sem saber o que dizer. Dona custódia veio em sua salvação:
- Aceita um chazinho?
- Não, muito obrigado. Eu... 
- Deixa de cerimônia. Olha aqui, experimenta uma brevidade, que o senhor gosta tanto. Eu mesma fiz.”
(em O homem nu, Fernando Sabino)

> Discurso indireto: neste tipo de discurso não há a fala da personagem, sendo assim, o narrador fala indiretamente pela sua personagem.
Exemplos:
De tanta categoria que no dia do aniversário do pai, quem que almoçaria fora, ele aproveitou-se para dispensar também o jantar, só para lhe proporcionar o dia inteiro de folga. Dona Custódia ficou muito satisfeitinha, disse que assim sendo iria também passar o dia com uns parentes lá no Rio Comprido.”
(em O homem nu, Fernando Sabino)

> Discurso indireto livre: por se tratar da mistura dos dois tipos de discursos anteriores, é considerado o mais difícil de todos. Não sabemos verdadeiramente a quem pertence a expressão dita: se ao narrador ou ao personagem.
Exemplo:
Baleia, sob o jirau, cocava-se com os dentes e pegava moscas. Ouviam-se distintamente os roncos de Fabiano, compassados, e o ritmo deles influiu nas ideias de Sinhá Vitória. Fabiano roncava com segurança. Provavelmente não havia perigo, a seca devia estar longe.”
(em Vidas Secas, Graciliano Ramos)

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