sábado, 3 de dezembro de 2011

Análise: Cândido ou o Otimismo



Candide, ou l'Optimisme é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo. A novella já foi traduzida em centenas de línguas e, em português, seu título é escrito Cândido ou O Otimismo ou simplesmente Cândido
Foi realizado, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terremoto de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, "Monsieur le docteur Ralph", literalmente, "Senhor Doutor Ralph". Narra a história de um jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar iminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido—se não rejeitando o otimismo—ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."
Cândido é caracterizada por seu tom sarcástico, bem como pelo seu enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco com uma história semelhante à de um bildungsroman mais sério, parodia diversos clichés do romance e da aventura, as lutas das quais são caricaturadas em um tom que é, mordazmente, matéria de fato. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já citado terremoto de Lisboa de 1755. Assim como os filósofos do tempo de Voltaire expuseram o problema do mal, o mesmo acontece com Cândido neste conto, embora de forma mais direta e ironicamente: o autor ridiculariza a religião, os teólogos, os governos, o exército, as filosofias e os filósofos através de alegorias; de maneira mais conspícua, ele chega a roubar Leibniz e seu otimismo.
Conforme esperado por Voltaire, Cândido desfrutou de grande sucesso e de grande escândalo. Imediatamente após a sua publicação secreta, o livro foi amplamente proibido porque possuía blasfêmia religiosa, sedição política e hostilidade intelectual escondidos sob um fino véu de inenuidade. Contudo, por conta de sua inteligência afiada e seu retrato profundo da condição humana, influenciou diversos autores, notavelmente o 1984 (1948) de Orwell, o Admirável Mundo Novo (1932) de Huxley e a reflexão de pessimismo-otimismo em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891) de Machado de Assis. Também inspirou artistas como Leonard Bernstein, que compôs música para a opereta homônima de 1956, com libretto original de Lillian Hellman e, mais recentemente, de Hugh Wheeler. Nos dias de hoje, Cândido é reconhecido como a magnum opus de Voltaire, e é citada como parte do Cânone Ocidental; é possível, segundo alguns, que tenha transmitido mais ensinamentos substanciais do que qualquer outra obra da literatura francesa.
O romance de Voltaire foi adaptado para as telas pelo cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi, no filme Candinho, apresentando, no entanto, uma mensagem oposta à de Voltaire, com o sambista Adoniran Barbosa no papel do prof. Pancrácio (a versão brasileira de Pangloss, no filme).



Personagens

  • Cândido, o protagonista
  • Cunegundes, esposa de Cândido
  • Dr. Pangloss, mestre de Cândido
  • Cacambo, criado de Cândido
  • Martinho, companheiro de viagem de Cândido
  • Paquette, criada da família de Cunegundes
  • O Barão, irmão de Cunegundes
  • A Velha, criada de Cunegundes
  • Jacques o Anabatista, benfeitor de Cândido
  • Frei Giroflée, frade a quem Paquette servia
Fonte: Wikipédia

0 comentários:

Postar um comentário